quinta-feira, julho 13, 2006

Esalq revitaliza o Jardim das Rosas

"O Museu e Centro de Ciência, Educação e Arte Luiz de Queiroz, localizado na Esalq (Escola Superior d..."

O Museu e Centro de Ciência, Educação e Arte Luiz de Queiroz, localizado na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) ganhou um típico jardim francês clássico – o Jardim das Rosas – nos moldes do original, que data de 1943. A revitalização do espaço, que obedeceu às características fundamentais de um jardim desse estilo, é fruto do trabalho de alunos que integram o Grupo de Estudos em Paisagismo (GEP), supervisionados e coordenados por Ana Maria Liner Pereira Lima – professora da área de paisagismo do Departamento de Produção Vegetal – com a colaboração da engenheira agrônoma e paisagista Nancy Ferruzzi Thame, que implantou o projeto.

Segundo Ana Maria, o jardim francês funciona como um contraponto ao Parque da Esalq, em estilo inglês. “Ao contrário do estilo inglês, cujas características principais são a presença de muitas árvores, sombras e curvas, sem nenhuma simetria, no francês predominam o espaço aberto, simétrico, falta de árvores, grande número de linhas retas, plantas podadas e flores coloridas”, explica. Tudo porque a intenção é valorizar a construção -- no caso do Jardim das Rosas -- a sede do Museu, em estilo colonial americano.

Quando surgiu a intenção da revitalização, a idéia era manter os princípios do jardim original, embora haja pouca documentação a respeito. “Procuramos seguir o que havia ali, tanto que mantivemos algumas plantas originais que já existem, aproximadamente, há 60 anos”, diz Ana Maria. A novidade fica por conta de uma fonte e um pergolado, que não estavam no projeto original. “O jardim francês é muito romântico e a fonte é um recurso a mais, proporcionando um agradável som de água”, observa.

Para manter as características, 146 roseiras foram plantadas, principalmente muitas rosas de variedades antigas, que deixam no ar um delicioso aroma. Um pergolado treliçado com trepadeiras e um banco deixam o local ainda mais aconchegante.

Foram dois meses de muito trabalho e dedicação para revitalizar essa área que tem, aproximadamente, 600 metros quadrados. “A revitalização faz parte das comemorações dos 105 anos da Esalq”, observa o diretor da instituição, José Roberto Postali Parra. Para ele, é fundamental prezar a tradição num País com tão pouca memória. Segundo Parra, a visitação do Jardim das Rosas deve acompanhar as do Museu Luiz de Queiroz mas, “logicamente que o visitante poderá conhecê-lo indo ao local”.

FORMAÇÃO – O Jardim das Rosas é formado por diversas espécies de plantas como o buxinho – um arbusto que sobreviveu todos esses anos, já que fazia parte do jardim original -- camélias vermelhas e brancas, ciprestes italianos – que servem como pano de fundo --, azaléias remanejadas de seus antigos locais, alyssum, abélias e um verdadeiro arsenal de rosas. “Como optamos por uma fonte, utilizamos uma rosa antiga de ferro como miolo, numa alusão ao nome do jardim”, explica Nancy. A fonte, que irá receber carpas, é feita de tijolos de demolição, assim como todo o caminho original, que teve que ser refeito, também, com cimento queimado, em nível. A paisagista conta que não foi fácil chegar no “ponto” da rugosidade ideal, já que o caminho será percorrido por pessoas de todas as idades e em diferentes condições físicas, não podendo ficar liso.

O contorno do jardim é todo em alyssum, também chamado de “flor de mel” e “colchão de noiva”, uma espécie de florzinha muito romântica. Já o entorno é todo verde, com buxinhos e gramados. Mas o destaque mesmo é o canteiro grande, com uma coleção de roseiras, que vão desde o champanhe até o vermelho, passando pelo lilás, rosa, ferrugem, amarelo e outros tons, numa explosão de cores.

Para mantê-las lindas durante todo o ano, Nancy conta que existe uma série de cuidados específicos, inclusive no controle de pragas e doenças. Atrás do pergolado, uma cerca viva de abélias delimita o espaço, também com pequeninas flores brancas.

“A Esalq é muito marcante para Piracicaba, influenciando seu povo e até sua economia. Acho esse resgate muito importante, pois a instituição é uma referência para os piracicabanos. Além disso, a beleza faz bem”, finaliza Nancy.


SERVIÇO – O Jardim das Rosas pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h.
Piracicaba - SP

Fonte: Noticias - Paisagismo Brasil