sexta-feira, julho 14, 2006

A PRESENÇA DA ÁGUA NOS JARDINS

"Necessidade ou pura estética? Nas duas situações a água contribui como elemento de mobilidade que enriquece a paisagem"

Tendência cada vez mais acentuada nos dias atuais, a água é presença garantida em muitos jardins urbanos. Cada vez mais utilizada pelos paisagistas, pode apresentar-se sob diversas formas, em movimento ou repouso, de modo naturalista ou formal, quebrando a monotonia ou favorecendo o relaxamento...Vai depender da finalidade a que o jardim se propõe e da criatividade do paisagista.


A cascata da foto acima, sugere um despojamento e naturalismo muito apropriados para um jardim residencial, onde se pretende criar a paisagem mais próxima da que ocorre na natureza, onde tudo parece já existir ali, de forma nativa e casual... Desse tipo de proposta, é possível tirar partido de tudo, até mesmo do barulho relaxante da água caindo pelas pedras.

Mas a água também pode fazer uma presença mais formal no jardim, e apresentar-se de modo mais contido ou sóbrio, em uma proposta onde é muito visível a mão e o traçado do paisagista. No chafariz onde o foco é a escultura central, o formato bem demarcado dos canteiros, estabelece o jogo de texturas entre as espécies.
A proposta é muito atual e também muito apropriada para jardins urbanos de natureza residencial ou comercial. Vai depender da tipologia da construção e do uso a que se destina o jardim.

Águas em repouso, com pouca profundidade, espelhos d'água que nos convidam à contemplação e que se destacam por seus reflexos. Causam contrastes e podem virar pontos de destaques discretos nos jardins. É possível trabalhar junto à água, com espécies apropriadas a alagados como o papiro na foto ao lado, ou com espécies aquáticas como as ninféias e sagitárias.

A finalidade na maioria das vezes pode parecer meramente estética e esse já seria um nobre e justificável motivo para sua presença nos jardins. Mas a questão é que a água também contribui para melhorar as condições de umidade no ambiente a sua volta. Por isso é presença praticamente obrigatória em regiões de clima mais seco, onde as prefeituras de grandes e pequenas cidades, mandam implantar lagos municipais para melhorar as condições de umidade do ar e permitir algum lazer de qualidade para a população.

A água pode estar presente no jardim com a finalidade de lazer e nesse caso as piscinas estão cada vez mais diversificadas. Na foto ao lado temos uma piscina integrada a construção, como sua continuidade, e com uma forma bem variada. Observe que existe uma raia para natação, definida em meio a forma irregular da piscina. A água irá contribuir nesse caso, para o lazer, esporte e também para melhorar o ambiente no interior da habitação, em locais de clima quente.

Para isso é importante que a piscina seja posicionada preferencialmente, a favor dos ventos dominantes em direção a casa. Dessa forma, a brisa passará pela água antes de atingir o interior da casa, trazendo um ar mais fresco e úmido e melhorando as condições internas da construção. Esse recurso deve ser utilizado em locais com climas mais secos ou quentes, como o que ocorre no Centro-Oeste e Nordeste brasileiro.

Fonte: Casa e Cia . Arq