segunda-feira, julho 31, 2006

Arruda: xô mau olhado!

Arruda: xô mau olhado!


Apesar de ter aplicação na medicina natural e até na preparação de bebidas, a arruda ficou famosa mesmo pelos seus "poderes" contra o mau-olhado e outras vibrações negativas.

Não é fácil determinar quando surgiu a fama da arruda (Ruta graveolens) como erva protetora. O que se sabe é que em culturas muito antigas, são encontradas referências sobre seus poderes contra as "más vibrações" e seu uso na magia e religião. Na Grécia antiga, ela era usada para tratar diversas enfermidades, mas seu ponto forte era mesmo contra as forças do mal. Já as experientes mulheres romanas costumavam andar pelas ruas sempre carregando um ramo de arruda na mão - diziam que era para se defenderem contra doenças contagiosas mas, principalmente, para afastar todos os males que iam além do corpo físico (e aí se incluíam as feitiçarias, mau-olhado, sortilégios, etc.).

Na Idade Média - época em que acreditava-se que as bruxas só poderiam ser destruídas com grandes poderes como o do fogo - a arruda reafirmou sua fama, pois seus ramos eram usados como proteção contra as feiticeiras e, ainda, serviam para aspergir água benta nos fiéis em missas solenes. O uso desta planta nas práticas mágicas do passado é impressionante. Em todas as referências pesquisadas, encontrei receitas que empregam a arruda como ingrediente. William Shakespeare, na obra Hamlet, se refere à arruda como sendo "a erva sagrada dos domingos". Dizem que ela passou a ser chamada assim, porque nos rituais de exorcismo, realizados aos domingos, costumava-se fazer um preparado à base de vinho e arruda que era ingerido pelos "possessos" antes de serem exorcizados pelos padres.

A fama atravessou séculos e fronteiras: no tempo do Brasil Colonial a arruda podia ser vista com freqüência, repetindo a performance dos tempos antigos, só que desta vez, associada aos rituais africanos.

Numa famosa pintura intitulada "Viagem Histórica e Pitoresca ao Brasil, o artista Jean Debret retrata o comércio da arruda realizado pelas escravas africanas. O galho de arruda era vendido como amuleto para trazer sorte e proteção. E não eram apenas as escravas que usavam os galhinhos da planta ocultos nas pregas de seus turbantes - as mulheres brancas colocavam o galhinho estrategicamente escondido nos seios. Outro fator teria reforçado o valor da arruda naquela época: a infusão feita com a planta era usada como uma espécie de anticoncepcional e abortivo.

Medicinal, com reservas
Também conhecida como arruda-dos-jardins, arruda-fedorenta ou ruta-de-cheiro-forte, a arruda é uma representante da Família das Rutáceas. É uma planta considerada sub-arbustiva ou herbácea, lenhosa, que apresenta caule ramificado, pequenas folhas verde-acinzentadas e alternadas. As flores também são pequenas e de coloração amarelo-esverdeada. Originária da Europa, mais especificamente do Mediterrâneo, a arruda se dá muito bem em solos levemente alcalinos, bem drenados e ricos em matéria orgânica. A planta necessita de sol pleno pelo menos algumas horas por dia. Sua propagação se dá por meio de estacas ou sementes.

Trata-se de uma planta muito resistente que, se atendidas suas necessidades básicas de cultivo, dificilmente apresentará problemas. A colheita normalmente pode ser feita cerca de 4 meses após o plantio.

Quanto às propriedades medicinais da arruda é interessante, antes de prosseguir, fazer uma observação: há séculos, divulga-se que a planta apresenta propriedades muito ligadas ao desejo sexual masculino e feminino, mas de formas diferentes: seria um anafrodisíaco (ou anti-afrodisíaco) para os homens e um excitante para as mulheres. Ainda não foi possível comprovar a veracidade dessas indicações, entretanto, nos escritos (datados de 1551) de Hieronymus Bock, considerado um dos primeiros botânicos da história, havia a recomendação para que monges e religiosos ingerissem a arruda, misturada aos alimentos e às bebidas, para garantir a pureza e castidade. A verdade é que esta planta era realmente muito abundante nos jardins dos mosteiros.

Uma substância chamada rutina é a responsável pelas principais propriedades da arruda. Ela é usada para aumentar a resistência dos vasos sangüíneos, evitando rupturas e, por isso é indicada no tratamento contra varizes. Popularmente, seu uso é indicado para restabelecer ou aumentar o fluxo menstrual e, também, para combater vermes. Como uso tópico, o azeite de arruda, obtido com o cozimento da planta, é aplicado para aliviar dores reumáticas. Seu aroma forte e característico, detestado por muita gente, é considerado um ótimo repelente, por isso a arruda é colocada em portas e janelas para espantar insetos.

A arruda é, ainda, muito usada na medicina popular para aliviar dores de cabeça e, segundo os especiaistas, isso pode ser explicado porque ela apresenta um óleo essencial que contém undecanona, metilnonilketona e metilheptilketona. Todas essas substâncias de nomes complicados possuem propriedades calmantes e, ao serem aspiradas, aliviam as dores e diminuem a ansiedade.

Apesar das propriedades medicinais conhecidas há séculos, o uso interno desta planta é desaconselhado pois, em grande quantidade, a arruda pode causar hiperemia (abundância de sangue) dos órgãos respiratórios, vômitos, sonolência e convulsões. O efeito considerado "anticoncepcional" na verdade é abortivo, pois provém da inibição da implantação do óvulo no útero, sendo que a ingestão da infusão preparada com a arruda para esta finalidade é muito perigosa e pode provocar fortes hemorragias.

Por incrível que pareça, a arruda também teve muita aplicação na culinária: suas sementes e folhas eram usadas para enriquecer saladas e molhos, em virtude das boas doses de vitamina C contidas na planta. Seu uso era considerado uma defesa contra o escorbuto. Além disso, a planta também servia para aromatizar vinhos.

No sul da Europa, as raízes da arruda eram adicionadas a um tipo de bebida chamada "grappa", para funcionar como um licor digestivo.

Curiosidade
Existe uma história muito curiosa - não se sabe se é verdadeira - que relaciona a arruda ao "Vinagre dos quatro ladrões". Conta-se que no século XVII, a Europa padeceu com uma grande peste que dizimava centenas de pessoas por semana. Ninguém conhecia a causa da doença e muito menos a cura. Grandes cruzes vermelhas eram pintadas nas paredes para marcar as casas de pessoas atacadas pela praga. Alguns ladrões, porém, pareciam completamente imunes: entravam naquelas casas, roubavam os mortos e não adoeciam. Muito tempo depois, descobriu-se como esses ladrões se protegiam - era com uma espécie de vinagre, preparado com arruda, sálvia, losna, menta, alecrim, lavanda, cânfora, alho, noz-moscada, cravo e canela; tudo bem misturado em um galão de vinagre de vinho.

Por: Rose Aielo Blanco
* Rose Aielo Blanco é jornalista e editora da Revista Jardim de Flores

segunda-feira, julho 17, 2006

À sombra da árvore

"Árvores dão flores, frutos, sombra. Árvores embalam sonhos – infantis ou não. Da pequena falsa-murta à figueira cinqüentenária, cada centímetro de tronco carrega uma lembrança. Aqui, exemplos de esculturas vivas"

Diferentemente dos projetos que costuma assinar, o desta casa no Alto de Pinheiros, em São Paulo, estava quase pronto. A vegetação foi sabiamente mantida pelo paisagista Raul Pereira pela exuberância e singularidade. 'Fiquei surpreso ao encontrar exemplares como uma falsa-murta adulta e uma esponja-de-ouro, árvore rara no Brasil e de crescimento lento, que está robusta', diz Pereira. Além de conservar um estilo típico da década de 70, o jardim carrega lembranças da infância do morador atual, que vive com a mulher e as filhas.

O paisagista retirou algumas espécies para que outras sobressaíssem. 'Tudo gira em torno da falsa-murta, centralizada em meio aos 252 m2 de jardim', afirma Pereira. As ramificações mais baixas foram podadas e dois bancos, dispostos em 'L', convidam à leitura e às brincadeiras embaixo da pequena árvore. Quando chega a primavera, as florzinhas brancas forram a copa e perfumam a área. 'O projeto tem a escala do olhar. Tudo é visível e palpável, para aproximar os moradores do jardim.'

Conservada na área, a falsa-murta (Murraya paniculata) virou o centro das atenções depois de ganhar banquinhos ao seu redor. Almofadas e lanterna, L'Oeil. Seixos rolados demarcam o espaço e contrastam com o verde do gramado e o branco da pedra São Tomé. Renques de helicônia, à esq., disfarçam parte do muro, que ganhou (ao lado da porta) lírios-da-paz-gigantes (Spathiphyllum ortgiesii) com forração de barba-de-serpente-branca

Castanheira para atrair esquilos

Plantas da região dominam os 2.600 m2 de terreno da casa de campo do paisagista Benedito Abbud, em São Roque, no interior paulista. No meio de cássias, xaxins, dracenas, cerejas-silvestres e paus-jacaré, chama a atenção a castanheira-portuguesa, não menos adaptada ao clima. Plantada na área da piscina, a árvore, ainda jovem, cresce vigorosamente e começa a dar frutos.

Quando a castanheira frutifica, as aparições de esquilos são assíduas. Vale esperar uma visita. Ao fundo, viburno (Viburnum sp)
Nenhuma planta foi retirada do lugar. A escada foi arquitetada prevendo o movimento das árvores nativas. Ao redor do tronco da cássia-amarela foram plantadas orquídeas-bambu

Única espécie não-nativa da região, ela conserva as melhores histórias. 'Há quatro anos vi esquilos ao redor de uma castanheira. A cena me levou à infância, à época em que as castanhas sempre apareciam nos jantares de Natal. Resolvi acrescentá-la à vegetação para atrair esquilos, mas também com saudosismo', revela Abbud. E os bichinhos realmente aparecem na hora da refeição.

A castanheira preenche a primeira seqüência de jardim. A metragem total do lote permitiu que fossem trabalhados conjuntos de vegetação, revelados gradativamente. Para esconder o 'jardim das carpas' - que fica abaixo do platô da piscina - os galhos inferiores da castanheira foram mantidos, criando uma cortina verde.

Cássia-amarela
Senna multijuga
Muito empregada em parques e jardins do Sudeste do país, esta árvore brasileira atinge até 10 m de altura. O longo florescimento, de dezembro a abril, torna-a extremamente ornamental. Pelo pequeno porte e forma estreita da copa, é boa para arborizar ruas

Castanha-portuguesa
Castanea sativa
O clima frio é a paixão desta árvore nativa da Europa, do norte da África e da China. Sua castanha cresce dentro de um ouriço, mas sai naturalmente quando amadurece. Pode atingir 25 m de altura. O tronco produz madeira dura utilizada com freqüência em construções

Orquídea-bambu
Arundina bambusifolia
Também conhecida como arundina, esta orquídea terrestre, originária de Burma, possui folhas laminares e alongadas, que podem atingir até 2 m de altura. Principalmente na primavera e no verão, dá flores bastante decorativas, em tons entre o branco e o lilás

Uma senhora figueira

Não foi difícil para a paisagista Sylvia Luz, do espaço Topiária Paisagismo, incorporar a figueira com mais de 50 anos e 7 m de altura ao projeto paisagístico desta casa no Jardim Paulista, em São Paulo. A árvore, tombada pelo Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo, foi mantida do projeto original e domesticada ao jardim de 306 m2. 'Podamos alguns galhos para diminuir a sombra e evitar que seus frutos e leite manchem o chão de tijolos', diz Sylvia. Essa operação acontece a cada dois anos.

Nos 120 m2 onde se acomoda o jardim da piscina, a castanheira (Castanea sativa), ao centro, reina absoluta. Com apenas quatro anos, o exemplar frutificou pela primeira vez em dezembro passado. À esq. dela fica a cássia-amarela (Senna multijuga), nativa da região: tem aproximadamente 15 anos e 10 m de altura

A pedido da moradora, a vegetação prima pela praticidade e resistência para suportar as brincadeiras dos três filhos pequenos e do labrador. O visual monocromático - só com flores brancas - garante o estilo. Espécies venenosas e com espinhos foram vetadas. A paisagista usou falsa-vinha para cobrir o muro e, junto dele, camélias e nandinas. Mesmo com bolas, skates e muita corrida, o jardim está sempre em ordem graças à boa escolha das espécies.

Camélia
Camellia japonica
A origem oriental - Japão, China e Coréia - em nada influenciou o comportamento deste arbusto, que se adaptou bem ao clima tropical. Cultivado a pleno sol ou à meia-sombra, atinge até 6 m de altura. Suas flores brancas são formadas no outono e no inverno

Figueira
Ficus auriculata
A folhas largas e ramificadas e a copa cheia desta árvore originária da Índia não deixam dúvida quanto à sua beleza. Quando adulta, atinge facilmente 7 m de altura. Seus frutos são avidamente consumidos por pássaros

COMO TRANSPLANTAR ÁRVORES

Preservar árvores de valor ornamental ou sentimental são apenas duas das justificativas para transplantar uma espécie, mas regras mudam de cidade para cidade. Ou seja, pensou em retirar uma árvore, ligue para a prefeitura para ver se pode. Em São Paulo, a lei 10.365, de 1987, determina que árvores são bens comuns dos munícipes. Qualquer transplante tem de ser comunicado à sub-prefeitura, que o autoriza apenas quando as plantas causam algum transtorno ao imóvel ou quando se quer construir no lugar. Ainda assim, outras árvores têm de ser plantadas como 'compensação'.

A operação de transplante exige muita técnica e pode se tornar cara, caso seja preciso maquinário para viabilizar a retirada, o transporte e o plantio. Embora todas as árvores possam ser retiradas, há tipos que oferecem dificuldade, como os de raiz pivotante (em forma de pião vertical): eucalipto, pinheiro e cedrinho, por exemplo.

A técnica mais eficiente, conhecida como sangramento, prepara a espécie para o transplante com até três meses de antecedência ao corte do pião (raiz principal). O diâmetro correto a ser cavado varia conforme a planta. A idéia é não prejudicar o torrão. Para isso, uma fórmula leva em consideração o DAP, Diâmetro da Árvore à Altura do Peito. Em média, toma-se como base a medida de 1,30 m de altura para medir o diâmetro do tronco. Com isso chega-se ao DAP. Seis vezes superior ao DAP será o diâmetro do torrão; oito vezes o DAP a sua profundidade.

Após cavar a vala ao redor do torrão, são colocadas folhas, serragens e matéria orgânica entre este e a terra, esperando o restabelecimento da espécie por três meses. Após o corte, deve-se embrulhar o pião em um saco de sisal e efetuar o transporte. Para não haver rejeição, vale marcar os galhos da árvore voltados para a face norte e plantá-la sob as mesmas condições em uma cova com o dobro do tamanho do torrão. Depois de preencher o espaço com matéria orgânica, mantê-la apoiada em paus ou cabos de aços por um ano. Após o plantio, deve receber regas diárias. Em geral, a melhor época para a operação é a primavera.


Fontes: Raul Pereira (paisagista) e Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo

A prioridade, aqui, era deixar o máximo de área livre para brincadeiras. Junto ao muro foram previstas cercas vivas de camélia, à frente, e, em seguida, nandina (Nandina domestica). A figueira, conservada do projeto original, dá volume e proporciona a melhor sombra do jardim. Os muros foram cobertos por falsa-vinha (Parthenocissus tricuspidata), que, com o tempo, esconderá totalmente a alvenaria


Fonte: Revista Casa e Jardim

sexta-feira, julho 14, 2006

A PRESENÇA DA ÁGUA NOS JARDINS

"Necessidade ou pura estética? Nas duas situações a água contribui como elemento de mobilidade que enriquece a paisagem"

Tendência cada vez mais acentuada nos dias atuais, a água é presença garantida em muitos jardins urbanos. Cada vez mais utilizada pelos paisagistas, pode apresentar-se sob diversas formas, em movimento ou repouso, de modo naturalista ou formal, quebrando a monotonia ou favorecendo o relaxamento...Vai depender da finalidade a que o jardim se propõe e da criatividade do paisagista.


A cascata da foto acima, sugere um despojamento e naturalismo muito apropriados para um jardim residencial, onde se pretende criar a paisagem mais próxima da que ocorre na natureza, onde tudo parece já existir ali, de forma nativa e casual... Desse tipo de proposta, é possível tirar partido de tudo, até mesmo do barulho relaxante da água caindo pelas pedras.

Mas a água também pode fazer uma presença mais formal no jardim, e apresentar-se de modo mais contido ou sóbrio, em uma proposta onde é muito visível a mão e o traçado do paisagista. No chafariz onde o foco é a escultura central, o formato bem demarcado dos canteiros, estabelece o jogo de texturas entre as espécies.
A proposta é muito atual e também muito apropriada para jardins urbanos de natureza residencial ou comercial. Vai depender da tipologia da construção e do uso a que se destina o jardim.

Águas em repouso, com pouca profundidade, espelhos d'água que nos convidam à contemplação e que se destacam por seus reflexos. Causam contrastes e podem virar pontos de destaques discretos nos jardins. É possível trabalhar junto à água, com espécies apropriadas a alagados como o papiro na foto ao lado, ou com espécies aquáticas como as ninféias e sagitárias.

A finalidade na maioria das vezes pode parecer meramente estética e esse já seria um nobre e justificável motivo para sua presença nos jardins. Mas a questão é que a água também contribui para melhorar as condições de umidade no ambiente a sua volta. Por isso é presença praticamente obrigatória em regiões de clima mais seco, onde as prefeituras de grandes e pequenas cidades, mandam implantar lagos municipais para melhorar as condições de umidade do ar e permitir algum lazer de qualidade para a população.

A água pode estar presente no jardim com a finalidade de lazer e nesse caso as piscinas estão cada vez mais diversificadas. Na foto ao lado temos uma piscina integrada a construção, como sua continuidade, e com uma forma bem variada. Observe que existe uma raia para natação, definida em meio a forma irregular da piscina. A água irá contribuir nesse caso, para o lazer, esporte e também para melhorar o ambiente no interior da habitação, em locais de clima quente.

Para isso é importante que a piscina seja posicionada preferencialmente, a favor dos ventos dominantes em direção a casa. Dessa forma, a brisa passará pela água antes de atingir o interior da casa, trazendo um ar mais fresco e úmido e melhorando as condições internas da construção. Esse recurso deve ser utilizado em locais com climas mais secos ou quentes, como o que ocorre no Centro-Oeste e Nordeste brasileiro.

Fonte: Casa e Cia . Arq

quinta-feira, julho 13, 2006

Como secar flores | Arranjos


Como secar flores para fazer lindos arranjos


Existem vários métodos para você secar flores e compor lindos arranjos para sua casa. Além de duráveis, eles podem ser feitos com espécies que você colhe no seu próprio jardim. Veja como é fácil!

Secagem no varal
Ótimo para flores do tipo mosquitinho, sempre-viva, perpétua-rosa e agerato, este método é muito prático. Basta colher as flores na sua tonalidade definitiva, formar pequenos maços amarrados com fita plástica ou arame flexível e pendurar num varal improvisado dentro de um armário escuro. Em duas ou três semanas, as flores estarão sequinhas.

Secagem com sílica gel
Ideal para espécies mais delicadas, como rosas, zínias e crisântemos. Este produto absorve 400% de água das pétalas e se constitui de cristais azulados que se tornam rosa depois de absorverem a umidade. Oferecem a vantagem de reaproveitamento, depois de secados no forno, assumindo novamente a cor azul. O processo é simples: providencie uma lata que possa ser bem fechada, corte as hastes das flores deixando um cabinho de 2 cm e cubra o fundo da lata com 1 cm de sílica gel. Disponha as flores e, em seguida, vá colocando mais sílica até cobrir as flores. Feche e lacre com fita adesiva. Depois de quatro a seis dias, as flores estarão secas. Então, retire-as da lata, limpe o pó e providencie hastes de arame.

Secagem com bórax
Este produto, misturado com areia ou fubá, é ótimo par qualquer tipo de flor. Junte uma parte de bórax com quatro de areia ou fubá e 1 colher (de sopa) de sal par cada 250 ml de mistura, Leve-a ao sol para secar
depois use-a da mesma maneira indicada para a sílica, gel. Entretanto, saiba que este processo é um pouco mais demorado, embora resultado seja o mesmo.


Fonte: Revista Casa Claudia

Esalq revitaliza o Jardim das Rosas

"O Museu e Centro de Ciência, Educação e Arte Luiz de Queiroz, localizado na Esalq (Escola Superior d..."

O Museu e Centro de Ciência, Educação e Arte Luiz de Queiroz, localizado na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) ganhou um típico jardim francês clássico – o Jardim das Rosas – nos moldes do original, que data de 1943. A revitalização do espaço, que obedeceu às características fundamentais de um jardim desse estilo, é fruto do trabalho de alunos que integram o Grupo de Estudos em Paisagismo (GEP), supervisionados e coordenados por Ana Maria Liner Pereira Lima – professora da área de paisagismo do Departamento de Produção Vegetal – com a colaboração da engenheira agrônoma e paisagista Nancy Ferruzzi Thame, que implantou o projeto.

Segundo Ana Maria, o jardim francês funciona como um contraponto ao Parque da Esalq, em estilo inglês. “Ao contrário do estilo inglês, cujas características principais são a presença de muitas árvores, sombras e curvas, sem nenhuma simetria, no francês predominam o espaço aberto, simétrico, falta de árvores, grande número de linhas retas, plantas podadas e flores coloridas”, explica. Tudo porque a intenção é valorizar a construção -- no caso do Jardim das Rosas -- a sede do Museu, em estilo colonial americano.

Quando surgiu a intenção da revitalização, a idéia era manter os princípios do jardim original, embora haja pouca documentação a respeito. “Procuramos seguir o que havia ali, tanto que mantivemos algumas plantas originais que já existem, aproximadamente, há 60 anos”, diz Ana Maria. A novidade fica por conta de uma fonte e um pergolado, que não estavam no projeto original. “O jardim francês é muito romântico e a fonte é um recurso a mais, proporcionando um agradável som de água”, observa.

Para manter as características, 146 roseiras foram plantadas, principalmente muitas rosas de variedades antigas, que deixam no ar um delicioso aroma. Um pergolado treliçado com trepadeiras e um banco deixam o local ainda mais aconchegante.

Foram dois meses de muito trabalho e dedicação para revitalizar essa área que tem, aproximadamente, 600 metros quadrados. “A revitalização faz parte das comemorações dos 105 anos da Esalq”, observa o diretor da instituição, José Roberto Postali Parra. Para ele, é fundamental prezar a tradição num País com tão pouca memória. Segundo Parra, a visitação do Jardim das Rosas deve acompanhar as do Museu Luiz de Queiroz mas, “logicamente que o visitante poderá conhecê-lo indo ao local”.

FORMAÇÃO – O Jardim das Rosas é formado por diversas espécies de plantas como o buxinho – um arbusto que sobreviveu todos esses anos, já que fazia parte do jardim original -- camélias vermelhas e brancas, ciprestes italianos – que servem como pano de fundo --, azaléias remanejadas de seus antigos locais, alyssum, abélias e um verdadeiro arsenal de rosas. “Como optamos por uma fonte, utilizamos uma rosa antiga de ferro como miolo, numa alusão ao nome do jardim”, explica Nancy. A fonte, que irá receber carpas, é feita de tijolos de demolição, assim como todo o caminho original, que teve que ser refeito, também, com cimento queimado, em nível. A paisagista conta que não foi fácil chegar no “ponto” da rugosidade ideal, já que o caminho será percorrido por pessoas de todas as idades e em diferentes condições físicas, não podendo ficar liso.

O contorno do jardim é todo em alyssum, também chamado de “flor de mel” e “colchão de noiva”, uma espécie de florzinha muito romântica. Já o entorno é todo verde, com buxinhos e gramados. Mas o destaque mesmo é o canteiro grande, com uma coleção de roseiras, que vão desde o champanhe até o vermelho, passando pelo lilás, rosa, ferrugem, amarelo e outros tons, numa explosão de cores.

Para mantê-las lindas durante todo o ano, Nancy conta que existe uma série de cuidados específicos, inclusive no controle de pragas e doenças. Atrás do pergolado, uma cerca viva de abélias delimita o espaço, também com pequeninas flores brancas.

“A Esalq é muito marcante para Piracicaba, influenciando seu povo e até sua economia. Acho esse resgate muito importante, pois a instituição é uma referência para os piracicabanos. Além disso, a beleza faz bem”, finaliza Nancy.


SERVIÇO – O Jardim das Rosas pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h.
Piracicaba - SP

Fonte: Noticias - Paisagismo Brasil

Para orquídea, sexo é uma ocupação solitária

Para um tipo de orquídea na China, procriar é algo que se faz sozinho.

A planta Holcoglossum amesianum cresce em troncos de árvores na província de Yunnan, na China

Para um tipo de orquídea na China, procriar é algo que se faz sozinho. Ao invés de depender de insetos ou mesmo do vento para a polinização, os cientistas descobriram que a orquídea Holcoglossum amesianum na realidade fertiliza a si mesma, de acordo com um relatório na edição Revista Nature.

A orquídea desafia a gravidade para torcer a parte masculina de sua flor no formato necessário para fertilizar a feminina, descobriu uma equipe liderada por LaiQiang Huang, da Universidade Tsinghua.

A planta o faz sem a ajuda de fluidos grudentos ou outros métodos usados pelas plantas autopolinizantes para assegurar que o pólen alcance o óvulo, reportou Huang. Isso faz da técnica da Holcoglossum amesianum um novo método de polinização, disse.

A equipe estudou mais de 1.900 flores dessa espécie, que cresce em troncos de árvores na província de Yunnan, na China, e floresce durante os meses secos e sem vento entre fevereiro e abril.

A orquídea não produz perfume ou néctar, e os pesquisadores não viram nenhuma ocorrência de polinização por um inseto ou pelo vento. Ao invés disso, a antera que carrega o pólen se descobre e gira para uma posição adequada para ser inserida na cavidade do estigma, onde acontece a fertilização.

Essa relação sexual é tão exclusiva que as flores nem mesmo transferem pólen para outras flores na mesma planta, descobriram os pesquisadores.


Fonte: Paisagismo Brasil (estadão.com.br)

Reportagem | Faça uma linda floreira de bambu


Passo-a-passo para fazer uma linda floreira de bambu

Com algumas dicas espertas você transformará as suas idéias em charmosas floreiras que vão dar cor aos cantinhos do seu jardim. Confira o passo-a-passo para montar uma linda floreira de bambu, extraído da Edição Especial Flores no Paisagismo.

Material necessário
• Floreira de bambu
• Impermeabilizante
• Manta bidim
• Pedriscos
• Substrato
• Mudas de álisso

1. Impermeabilização – Aplique uma camada de impermeabilizante dentro da peça. Depois faça os furos para drenagem.


2. Drenagem – Forre o fundo da floreira com pedriscos, que vão auxiliar na drenagem da água das regas.



3. Plantio – Acomode as mudas de álisso numa fileira, cuidando para não desmanchar o torrão.



4. Assentamento – Depois de acomodar as plantas, cubra as laterais e a base da planta com o substrato da floreira.



Fonte: Revista Natureza, Editora Europa

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